BlindPay cria ponte entre stablecoins e sistema SWIFT
A BlindPay fez um anúncio empolgante: a chegada da primeira bridge do mundo que conecta stablecoins ao sistema SWIFT, essa rede que já atua há mais de 40 anos, ligando instituições financeiras em mais de 200 países. Para quem não está tão familiarizado, o SWIFT é fundamental para as transferências internacionais, com quase 100% de disponibilidade e mais de 11 mil bancos conectados.
Com essa nova solução, a BlindPay oferece um on/off ramp automatizado em diferentes plataformas, como Polygon, Base, Arbitrum, Tron, Ethereum e Solana. Isso significa que agora é possível enviar e receber transferências internacionais usando stablecoins como forma de liquidez. A liquidação dessas transações ocorre em D0–D1, com cobertura em mais de 160 países, o que ajuda a diminuir custos e simplificar operações através de uma única API.
O CEO da BlindPay, Bernardo Simonassi, comentou sobre a importância do SWIFT. Ele destacou que, ao conectar esse sistema com stablecoins, estão criando uma infraestrutura que torna os pagamentos internacionais mais simples, com custos menores e um acesso melhor ao serviços financeiros digitais.
Além de facilitar transações globais B2B, essa novidade é ótima para empresas que precisam pagar fornecedores ou clientes no exterior com mais agilidade. Isso significa que as faturas podem ser quitadas via SWIFT, sem ter que passar por processos bancários intermináveis. Uma mão na roda, não é mesmo?
As stablecoins se tornaram muito mais que uma simples alternativa no universo das criptomoedas. Elas estão se firmando como uma parte essencial da nova economia digital. Antes, eram vistas apenas como uma forma de proteger o investimento contra a volatilidade e realizar transferências rápidas. Mas, atualmente, elas são o que podemos chamar de “encanamento” da internet financeira, movimentando bilhões de dólares todos os dias e atraindo a atenção de grandes instituições financeiras.
Anurag Arjun, cofundador da Avail, acredita que as stablecoins estão moldando o futuro dos pagamentos globais. Para ele, a adoção dessas moedas de forma regulada é fundamental para transformar os mercados financeiros e acelerar a digitalização do dinheiro. Ele observa que, conforme países criam legislações, aqueles que não se adaptam podem acabar ficando para trás.
Atualmente, as stablecoins têm um valor de mercado que supera os US$ 260 bilhões e representam cerca de 3% das remessas internacionais. O potencial é reconhecido por grandes empresas, como a Stripe, que agora aceita pagamentos com stablecoins em mais de 100 países. A Circle também se destacou, expandindo seu papel além da emissão de tokens para se tornar uma fornecedora global de infraestrutura.
Até gigantes como a Visa estão se adaptando, lançando APIs de liquidação com stablecoins. Isso indica que o setor financeiro tradicional já percebeu as vantagens dessa tecnologia, que oferece transferências mais rápidas e baratas.
Embora o entusiasmo em relação às stablecoins seja grande, o debate sobre regulamentação é essencial. Países como os Estados Unidos, Singapura e Japão estão buscando maneiras de equilibrar inovação e supervisão. Enquanto isso, na União Europeia e no Reino Unido, a discussão sobre controle e flexibilidade ainda está em andamento, e na China e na Índia, as moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) têm preferência.
Anurag prevê que o futuro será híbrido, onde stablecoins, depósitos tokenizados e CBDCs coexistirão. No entanto, o ritmo de inovação vai depender das decisões políticas de cada país. Aqueles que abraçarem essas mudanças agora podem se tornar protagonistas na próxima era dos pagamentos globais. Já os que hesitarem podem se ver dependendo de sistemas desenvolvidos em outros lugares.